domingo, 27 de julho de 2014

É bom ser do bem








Foi neste  sábado...

O trânsito parado na frente da C&A da Praça Saenz Pena do RJ...

Um senhor de uns cinquenta anos de idade ousa atravessar o trânsito no meio dos carros ignorando  a segura  faixa de pedestres a uns oito metros mais a frente...

Só que, ele tinha muitas dificuldades de andar arrastando a perna direita com seu braço igualmente paralisado por algum AVC...

Todas pararam para ele atravessar muito devagar na torcida para que conseguisse pelo menos chegar ao meio fio central que separa a avenida na frente da Praça...

Era uma agonia presenciar aquilo...

Até que chegou mas não conseguiu galgar os dois andares altos do tal meio fio...

Ficou tentando diversas vezes erguer a perna, só conseguia erguer uma das pernas por uns insuficientes 15 centímetros do chão e balançava como se fosse cair...

Pessoas na calçada olhavam sem nada fazer...

De repente, um taxista saltou do táxi no meio do engarrafamento e resolveu ajudar...

Pronto, resolvido...

O taxista ainda olhava para o carro que deixou de porta aberta imaginando que o trânsito intenso poderia voltar a andar...

Que nada, todos  carros pararam para olhar a cena até que se completasse no final da última calçada, como numa reverência...

O taxista retornou ao carro de cabeça baixa e seguiu até ficar novamente parado no sinal da esquina da General Roca,  metros a frente, que na sincronia demorada da manobra voltou a fechar...

Daí, aconteceu algo absolutamente inesperado...

Vários carros em volta ao tal táxi começaram a buzinar insistentemente até que o taxista percebeu que algo diferente estava ocorrendo...

No primeiro momento acreditou que havia sido multado, que tenha feito algo imprudente...

Que nada...

O automóvel ao lado, com duas senhoras a bordo começaram a aplaudir e gritar como se o Brasil acabara de se sagrar campeão da Copa 2014...

Outros em carros em volta passaram a acompanhar o aplauso que foi se ampliando até as pessoas na calçada...

A reação da platéia foi mais emocionante que o normal gesto de ajuda...

Lógico, deve ter dado vontade de sair do carro para saborear aquilo tudo, mas não o fez...

O taxista acenou; aplaudiu também, meio encabulado;  e seguiu em frente acompanhando o buzinaço que o seguiu até a esquina da José Higino onde desembarcou o casal de passageiros que tiveram o privilégio de testemunhar a cena completa...

Foi bacana, acho que este tal  taxista jamais esquecerá...

Muito legal...

Tem horas que fico me questionando se vale mesmo a pena ser do bem...

Ontem tive certeza...





Jorge Schweitzer


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