quarta-feira, 2 de julho de 2014

O choro sem fim da Seleção do Brasil









Desde que assisti o Sarney e o Maluf chorando nunca mais acreditei em choro sincero...

Também nesta vida vi o Renan chorando, o Arruda...

Lula igualmente  tinha por  hábito  rolar um copo até aqui de mágoas...

Mas aí, era a birita...

Bêbado que chora e fica te abraçando dizendo que te ajudará quando acertar na Megasena é brabo...

Todavia...

Somos uma pátria coberta de lágrimas...

Agora, homem de cromo alemão quitado por empreiteiras até vá lá...

De chuteiras, nunca...

Um camarada que ganha um milhão por mês para chutar uma bola não deve chorar em público nem pedir ajuda aos céus para executar seu ofício...

Não combina...

No dia em que alguém me pagar um milhão de reais mensais eu vou montar um sorriso Coringa de Vitor Hugo na face que nunca mais me abandonará sequer na morte...

Dizem que homem não chora, mas também não vamos radicalizar...

Porém...

Têm horas que não pega bem...

Homem que chora em casamento, por exemplo, é forte demais...

Ou...

Homem que pede a mão da moça e chora deveria receber sempre um não...

Contudo, voltemos ao futebol...

Jogador acertar uma bola dentro de nove metros por quase três de altura não tem direito de chorar pelo feito...

Seria algo como eu conseguir transportar corretamente  passageiro do Centro do RJ até Copacabana e ao chegar no final da corrida cair em prantos...

Algo como um  pedreiro depois de assentar cada tijolo se emocionar ao lembrar da mãezinha e dos filhinhos pequenos...

Já imaginaram o trocador de ônibus comemorar cada passageiro cobrado?

Ia ser um transtorno...

Não dá...

Homem que chora; faz teatro infantil; usa regata com jeans e cinto ou escreve poesia rimada  não é firme...

Na boa...

O que a nossa seleção está jogando até agora só merece que nós é que choremos de raiva...

Fora disto é frescura...

Se chorar resolvesse,  o patinho feio teria virado cisne...

Sinceramente...




Jorge Schweitzer


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