sábado, 20 de julho de 2013
Bloqueio em volta do Palácio Guanabara tenta evitar protestos durante visita do papa Francisco
Renato Onofre - O Globo
RIO - O Papa Francisco decidiu mudar a programação no dia de sua chegada, o que levou a prefeitura a preparar uma megaoperação de trânsito, que vai alterar a rotina dos cariocas na segunda-feira.
O Pontífice vai desfilar de papamóvel pelas ruas do Centro a partir das 17h, conforme antecipou o colunista do GLOBO Ancelmo Gois, para “estar perto do povo”, segundo o arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta.
Com isso, várias ruas do Centro serão interditadas às 15h.
Além disso, por causa do encontro do Papa com o governador Sérgio Cabral e a presidente Dilma Rousseff, as interdições junto ao Palácio Guanabara começarão já às 14h.
Após desembarcar na Base Aérea do Galeão às 16h — onde será recebido por Dilma ainda na pista — o Pontífice seguirá em carro fechado até a Catedral Metropolitana, no Centro, escoltado por 400 homens e dois helicópteros da Polícia Militar.
De lá, ele segue no papamóvel até o Teatro Municipal, passando por Avenida República do Chile, Avenida Rio Branco, Rua Araújo Porto Alegre, Avenida Graça Aranha, Avenida Nilo Peçanha.
Depois, retoma a Rio Branco para voltar ao Municipal, de onde, em carro fechado, seguirá para o 3º Comar, ao lado do Aeroporto Santos Dumont, embarcando, então, no helicóptero que o levará até o Palácio Guanabara.
Originalmente, o encontro com Dilma e Cabral estava previsto para ocorrer logo após a chegada do Papa Francisco no Rio.
Dom Orani afirmou que a decisão de mudar a programação oficial foi tomada para aproximar o Pontífice da população:
— É isso que o Papa Francisco tem procurado fazer, estar perto do povo. Quanto ao local ser o Centro, o Papa nem sabe, quem define é sua assessoria, com a segurança pública. Mas tudo, o trajeto, que será feito no papamóvel, já estava programado de maneira a aproximar o Papa do povo.
A operação especial da prefeitura começa já à meia-noite de segunda-feira, com a proibição de estacionamento nas vias do Centro.
A partir das 15h estará vetado o acesso de veículos às avenidas República do Chile, Almirante Barroso, Rio Branco, Graça Aranha, Nilo Peçanha e Treze de Maio.
Também ficará interditada a pista lateral da Presidente Vargas, da Avenida Passos até a Rio Branco, sentido Candelária.
As ruas Araújo Porto Alegre, Manoel de Carvalho, Senador Dantas, Lélio Gama, Evaristo da Veiga, México (a partir da Rua Santa Luzia), Arcos e Assembleia também ficarão fechadas.
Pinheiro Machado: barreira até para morador
Haverá ainda interdições parciais nas ruas Buenos Aires, entre Primeiro de Março e Avenida Rio Branco; Sete de Setembro, entre Rua da Quitanda e Rio Branco; e São José, entre Quitanda e Nilo Peçanha.
Quinze minutos antes da saída do Papa da Catedral, prevista para as 17h, a Avenida República do Paraguai será bloqueada nos dois sentidos, tanto para carros quanto para o público.
Em Laranjeiras, onde cerca de 650 autoridades e convidados estarão à espera do Pontífice, a Rua Pinheiro Machado ficará fechada nos dois sentidos a partir das 14h.
Para passar pelas barreiras policiais, mesmo que a pé, os moradores serão obrigados a apresentar um comprovante de residência.
A Polícia Militar informou que será permitida a permanência dos moradores nas calçadas, exceto na proximidade do Palácio Guanabara, onde será formada uma área de restrição.
Também às 14h, o Túnel Santa Bárbara e o Elevado 31 de Março serão fechados no sentido Zona Sul. Ficará interditado ainda o Viaduto Engenheiro Noronha.
Somente veículos autorizados, relacionados ao evento e devidamente identificados, poderão circular nas áreas bloqueadas.
Toda a operação de trânsito contará com 380 agentes da prefeitura, além de mais de mil policiais e militares.
A mudança na programação do Papa foi sacramentada em reunião entre organizadores da Jornada Mundial da Juventude e de representantes da prefeitura do Rio, apesar do risco de protestos.
Na quinta-feira, mais de 25 estabelecimentos comerciais foram depredados no Leblon e Ipanema. No mesmo dia, antes dos protestos, o general José Abreu, coordenador da segurança pelas Forças Armadas, chegou a afirmar que temia algum “ato de hostilidade”.
O arcebispo disse não acreditar que ocorra algo parecido nos eventos com a presença do Pontífice.
— Eles protestam porque têm desejo de um mundo mais justo. E a vinda do Papa irá reunir todos que desejam a paz. As pessoas que querem o bem estarão junto do Papa, que trará a mensagem do bem para toda a sociedade. Quem é do bem irá acolher a palavra com alegria — assegurou dom Orani.
PS: Pouco provável que manifestações não ocorram durante a JMJ no Rio de Janeiro... Não há como evitar... A menos que Sérgio Cabral resolva renunciar em plena visita do papa Francisco... Aí o povo vai às ruas somente para comemorar... JS
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