Memorabilia do Schweitzer e a profecia da censura da Microsoft

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Semana passada, recebi email de um amigo:

de: Marcos Ferreira
para: Jorge Schweitzer

data: 16 de julho de 2010 21:52
assunto: Memorabilia do Schweitzer e a profecia da censura da Microsoft

Fala Jorge,

A lei que proibe você de escrever o seu blog ainda não saiu mas esse texto publicado há mais de 1 ano foi profético!!

Forte abraço!

Marcos


Taí...

Não é a primeira vez que recebo textos que já não possuo cópia, de alguém que teve oportunidade de guardar...

Pô, Marcão, explica prá gente...

Já nem lembrava do texto...

Escrevo todo dia, seria impossível...

Mas, ao ler identifiquei de pronto o que eu descrevia naquele momento...

Até as agressões gramaticais são minhas...

Se mais alguém tiver outros textos, por favor, me envie...

Não adianta...

Impossível censurar todos nossos rastros na Internet...

A Rede do bravo remador Marcos pescará sempre alguma crônica alçada ao mar dentro de uma garrafa de Tontola esvaziada pelo autor...

Hic, Hic...

Zuzo bem!



Jorge Schweitzer


...

Eis o texto:

Segundo o STF, Jornalista não necessita de conhecimento técnico escolarizado para exercer a profissão...

A maioria dos Ministros do Supremo acredita que deficiências de Caráter, Moral e Ética não são adestradas em carteiras escolares; assim como Literatura, Arte e Ciência independem de curriculum universitário...

Marco Aurélio Melo acha que não, em seu voto vencido...

Eu, Jorge Schweitzer, sinceramente...

Sinceramente?

Sinceramente!

Não sei!

Ou sei?!

Tive contato pessoal com alunos de jornalismo da PUC, da FACHA e da UFRJ recentemente...

Aquela gurizada tem uma gana muito grande de conhecimento e estão loucos para entrar no mercado de trabalho preparados...

Certa vez apanhei o Ricardo Boechat na porta da Band na esquina da Álvaro Ramos e fiquei aguardando ele concluir um bate-papo com universitários deslumbrados...

Boechat me indicou o destino de um restaurante na Avenida Atlântica e comentou a fome de conhecimento daquela rapaziada...

Com o pessoal da Facha fui convidado, pelo professor PC Guimarães, para conversar e fiquei contagiado por jovens cheios de ideais a escutarem minha explanação...

Os mesmos alunos da Facha fizeram um documentário com o taxista que vos fala, com uma qualidade de me deixar boquiaberto...

Alunos da PUC me entrevistaram no programa "Antena Coletiva" que depois que editado ficou de melhor qualidade que o Fantástico sequer chega perto...

Então...

Jornalista necessita de Diploma?

Claro que sim...

Lógico!

Só que...

A maior parte dos jornalista empregados - e formados - são apadrinhados ou parentes de outros que já estão na mídia...

A Rádio Tupi têm repórteres com sobrenome de locutores que a gente acredita que coincidência...

A Rádio Globo tem locutor pai, filho, sobrinho e espírito santo...

A TV Globo tem Boni e Boninho e todas namoradas e esposas de diretores...

Na RedeTV uma moça que apresentava programa de cachorros e mais dois outros de fococas perdeu todos depois de separar-se maritalmente de um diretor da Rede...

Na mesma RedeTV Luciana Gimenez manda e conduz toda SuperPop à custa de relacionamento pragmático...

A Rede Band tem filho do ministro das Comunicações como pulteiro e o game-filho do Lula como parceiro...

O Marcos Sá Correia é um ninguém de talento porém filho do Villas Boas e tá sempre por aí nas bocadas...

E, aí?

Como é que se desfaz esta rede de nepostimo casado?

Que independência detém estes cidadãos que vão repassando seus ideais cooptados pelos interesses dos grandes conglomerados do quarto poder aos seus descendentes?

Qual jornalista formado independente surgirá a interromper a sem-vergonhice institucionalizada?

Na realidade o jornalismo se tornou um braço do poder...

O jornalismo ao se tornar uma profissão, ou não, ficou passível a ser administrado pelo governo remunerante...

Qual independência possui o jornalista que pretende manter sua família com salário e sem sobressalto de tomar um pé na bunda ao discordar da linha editoral do empregador amigo do Poder?

Héin?

Ditaduras ou falsas democracias possuem mecanismos para perpetuarem-se agarrados nas tetas do Erário...

É uma emaranhado que nenhum Supremo conseguirá interceptar ou regulamentar...

Minha única preocupação é que não surgisse uma lei vagabunda a impedir que eu continue com independência e brecar meu sagrado direito de escrever em meu blog...



Jorge Schweitzer