quarta-feira, 18 de junho de 2014

Burca de Bunda








Vocês já viram mulheres com  roupas  de ginástica estaqueadas e  um casaquinho de lã amarrado na cintura escondendo a bunda?

Lógico...

Atualmente estas calças femininas já vêem com um paninho pronto atrás...


Chama-se tapa bumbum...

Então?!

É uma burca de bunda...

Que nos deixa encasquetadas sobre a real funcionalidade...

Se a dona faz flexões e jairzinho pra ficar gostosa por que esconder o principal produto final,  com burca de lã, depois de tanto sacrifício?

Seria algo como o agougueiro afirmar  que logicamente tem Friboi mas a  expõe em balcão envidraçado fumê...

Seria como relojoeiro nos vender um  Rolex invisível...

Seria como possuir uma Mont Blanc  para guardá-la escondida na escrivaninha...

Seria como  proprietário de  suburbano Camaro amarelo  costumizá-lo de Monza tubarão preto com aerofólio e neon...

Em tinha uma vizinha em Copacabana...

Juro é verdade mesmo...

Com as coxas mais bem redesenhadas do bairro inteiro ...

Ela passava e era um alvoroço dos véios tomando chopp na esquina do bar do Seu Justino ao lado do bar do Sarney na esquina da Sta Clara com Barata Ribeiro...

Parêntesis: o bar do Sarney (o proprietário era os cornos do Ribamar Marimbondo e tinha até petiscos com o nome do tal) trocou de dono mas ainda está lá, todo pé sujo ainda; e o do Seu Justino virou casa de sucos...

Pôs bueno...

A dona de divinas coxas era minha vizinha do mesmo andar, morava ao meu lado e podia escutar seu sotaque forte nordestino pelo basculante da cozinha  quando ela brigava braba com o namorado...

Eu ficava imaginando:

Como  é que um sujeito premiado pelo destino pode arrumar encrenca com uma mulher com aquele padrão de pernas?

Porém, nunca a vi sem a tal burca de bunda que a envolvia na volta da academia...

Até que, em certa noite insone logo após meu filho - morávamos só nós dois e ele me controlava a qualquer movimento -  ir dormir, fui até a lixeira carregando uma sacola do Mundial com restos do jantar...

De repente, não mais que de repente...

A porta do lado fez um clique...

Eu chegando, ela saindo...

Sem burca...

Meninos, eu vi!

Ainda tentou empinar para me ludibriar em lordose com passos de Gisele e olhar lânguido na minha direção...

Não adiantou...

A realidade crua...

Quase nua...

Ali na minha frente, toda...

Diz-se que mulheres criadas  em locais muito íngremes provém a frente e escasseia rebordo...

As vezes não...

Fiquei tão impressionado que só voltei pra casa as cinco da manhã...

Abri a porta e encontrei Rodrigo acordado...

Filho só dorme quando não deve...

- Pai, você saiu para  trabalhar a noite?

- Fui, estava sem sono!

- De cueca samba canção?

- Ih, nem percebi; acho que aquele meu problema de sonambulismo voltou...

- E a burca, era enchimento?

- Que burca, filho?




Jorge Schweitzer



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