segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Arthur Efraim Fernandes de Moura, 24 anos, agredido e morto por seu desafeto Marcos Fabiano da Silva Gonçalves, 32 anos, na saída do Shopping da Gávea




Paulo Carvalho
Extra

O caminho do universitário de Belas Artes e Cinema Arthur Efraim Fernandes de Moura, de 24 anos, foi cruzado por várias vezes de maneira turbulenta pelo artista plástico Marcos Fabiano da Silva Gonçalves, de 32 anos, seu desafeto nas noites cariocas. No último encontro, o fim acabou sendo trágico. Na saída de um evento num shopping na Gávea, em 28 de agosto desse ano, o estudante foi atacado por Marcos Fabiano de maneira inusitada. E acabou morto.

Com um cinto ornamental que disse ter confeccionado há alguns anos, o artista plástico atingiu Arthur com um golpe certeiro, que atingiu a parte de trás do pescoço da vítima.

Sem mexer nenhum membro, o estudante, já gritando no local em que havia ficado paralítico, foi socorrido e levado para o Hospital Souza Aguiar, no Centro, onde lutou pela vida por dez dias. Mesmo que sobrevivesse, ficaria tetraplégico. Arthur teve como causa da morte "traumatismo raqui medular com pneumonia e edema pulmonar subsequentes com ação perfuro cortante de uma arma branca".

O caso, registrado inicialmente como lesão corporal seguida de morte, já está sendo investigado delegado Carlos Augusto Nogueira Pinto, da 15ª DP ( Gávea) como homicídio. Marcos confessou ter atacado o estudante, mas alega legítima defesa.

No depoimento, Marcos explicou como confeccionou o cinto artesanal. Usando parte de um cinto de segurança de um carro, ele acrescentou um chip de computador, uma colher de sopa e uma fivela costurada com uma espécia de flor-de-lis. Testemunhas do ocorrido disseram que no cinto haviam objetos pontiagudos, o que pode ter provocado o ferimento que causou a morte de Arthur.

O advogado do artista plástico, William de Souza Reis, classificou o caso como uma fatalidade e diz que seu cliente agiu em legítima defesa, pelo fato de já ter sido agredido por Arthur em outras ocasiões, fato negado com veemência pela família do estudante.

No depoimento prestado na delegacia, Raisa Curty Carvalheira disse que ainda tentou pedir ao namorado, durante o evento no shopping, para que não prestasse atenção às provocações feitas por Marcos Fabiano. Ela chegou a pedir a Arthur para que fossem embora quando percebeu que algo de pior poderia acontecer ainda dentro do shopping.

Briga na saída

Segundo o relatos de uma testemunha, Fabiano saiu antes do shopping com uma mochila. Logo depois, vieram o universitário e a namorada. Os dois estavam bem próximos quando o artista retirou o cinto da mochila e aplicou o golpe.

— Esse cara sempre criou problemas para a vida do meu filho. Onde o Arthur estava ele também ia para fazer provocações. Era meu único filho e um exemplo dentro de casa. Fazia duas faculdades e estava agora tentando começar um estágio — disse Maria Rachel Fernandes, mãe da vítima.

Questionado sobre o cinto pelos policiais que o localizaram em sua residência, no bairro de Brás de Pina, Marcos Fabiano disse foi roubado. O artista contou que, ao saber da morte do estudante, começou a se cortar com lâmina para tentar se matar.

— Não acredito nessa versão dele. Acho que ele está criando álibis e versões para tentar desfazer o crime que cometeu — disse o delegado Carlos Augusto.

Marcos Fabiano responde pelo crime em liberdade. Mas o delegado pretende encaminhar à Justiça um pedido de prisão


7 comentários:

  1. Parabéns pelo post; bem mais completo do que informa a mídia tradicional com seus estagiários e repórteres pessimamente preparados...

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  2. Amigos dizem que Marcos Fabiano, mais conhecido como monotelha, ja dizia ha algum tempo que iria "pegar o arthur", por vingança. Mas muitos não acreditavam. Ele poderia ter razão até fazer o que fez. Agora terá que dar explicações à JUSTIÇA por ter tirado a vida de alguém tão jovem num ato tão violento e inconsequente.

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  3. O tal Marcos Fabiano foi espancado "somente" duas vezes antes de cometer o crime. Mais uma vez, como sempre, vejo pessoas julgando antecipadamente, com desconhecimento.

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  4. Então, sr. anônimo...

    Já que você tem informações que a Polícia não possui...

    Nos faça o favor de se apresentar e nos contar...

    Esta coisa de bandido ficar plantando defesa satanizando vítimas comigo não cola...

    Tem que enfiar este vagabundo Marcos Fabiano na cadeia...

    Sujeito que prepara um artefato e golpeia por trás covardemente não se trata de sujeito homem...

    Jorge Schweitzer

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  5. Concordo plenamente. Não interessa o motivo, não se tira a vida de uma pessoa. Já ouviram falar da Lei de Talião?? Hj em dia é crime pagar com a mesma moeda. Por que o tal "artista plático", que dizem ter sido espancado, não procurou a delegacia e prestou queixa contra o universitário??? Prefiriu se auto-afirmar e assassinar com uma ARMA BRANCA um rapaz 8 anos mais jovem. Por justiça,a população parece saber quem é o culpado...o assassino!
    O êrro foi Não ter buscado ser justo e ido a polícia denunciar o suposto agressor e sim ter premeditado uma VIGANÇA. O que tornou de suposta vítima, o artista plástico Marcos, o assassino e pior agressor. Já pensou se todo mundo resolver fazer igual a ele?? Que seja feita a justiça dos homens?? Pensem nisso!!

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  6. Nem um nem outro estavam certos ou errados. Esse pessoal fica jogado por aí na cidade se aproveitando da falta do que fazer (nem é tanto culpa deles!) apenas bebendo e se achando diferente sem produzir nada... O pior de tudo, apesar da crítica cabível à má cobertura da imprensa, é a mesma condescendência que a mesma aplica ao expor discreta o caso: o artista plástico (sic?) e o estudante de "duas" faculdades (sic?) aluno exemplar (sic?!)e em busca de estágio (sic?!!); desconhecimento de mães e pais depoentes e falta de contexto da mídia, claro, só pode ser... poderiam até trocar de papéis sociais? quem é quem ali? quem recebeu a violência irreparável mesmo? Dá em merda! Que Deus os tenha e perdoe!

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  7. Monotelha foi amigo meu de infância e convivemos muito juntos no bairro que fomos criados e que vivo até hoje, a Lapa. Seu irmão mais velho é uma pessoa muito tranquila e professor de educacão física. É inacreditável ainda pra mim que ele fez isso. Era, apesar de revoltado contra o sistema, um sujeito muito pacifico e que eu (e tantos outros) jamais imaginei, iria fazer mal à alguem. Muito triste ele ter feito esta escolha, se tivesse sido espancado deveria denunciar e fazer uma queixa formal contra o outro e não matá-lo. Não vou me identificar, pois ainda tenho contato com ele. Ele cresceu na Lapa e sempre foi meio punk. Todo punk confecciona suas roupas com metais e outros objetos. Tampouco creio que ele fez o cinto com intencão de matar alguem com o objeto, mas não exime de que usou-o com intencão de matar. É meu segundo amigo de infância que comete um homícidio, o outro está foragido após matar a namorada. Espero que ele page por isso. Sou pai, e jamais perdoaria alguém que matasse meu filho, assim que entendo e sinto com a família a sua terrível dor. Cara, muito triste você ter jogado sua vida no lixo desta forma. Espero que a cadeia faca você refletir profundamente sobre o que fez. Ideologias políticas causam isso. Fanatismo e logo inimizades e rixas, que podem se tornar odiosas e desumanas. Você tem sorte (para o azar da família) de no Brasil, ficarem a maioria dos crimes impunes. Como pai, gostaria que você fosse julgado no Texas e arcasse com as consequências.

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