Matheus Vieira
Extra
Sueli Gonçalves de Souza, mãe de Mariana, assassinada no dia 7 de março em Campo Grande, só dorme à base de remédios. Ela vive com medo, principalmente depois que a juíza Elizabeth Louro, do 4º Tribunal do Júri, libertou Luiz Carlos Oliveira, acusado de matar a sua filha de 21 anos.
— Vizinhos já viram o assassino da minha filha rondando por aqui onde moro, e nas proximidades da escola. Ele é louco, tenho muito medo do que ele possa fazer. É muito injusto ele estar solto e eu me sentir presa — lamenta Sueli.
Enquanto a juíza Elizabeth Louro afirma que não viu "clamor público" ou "ameaça a outras pessoas envolvidas no processo, como familiares da vítima", a mãe de Mariana se sente acuada e com medo.
Com receio também de que o caso se torne mais um na lista dos crimes impunes do país, parentes e amigos de Mariana decidiram procurar a comissão de direitos humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. O presidente da comissão, o deputado Marcelo Freixo (PSOL), vai recebê-los no início da próxima semana.
— A decisão de retirar a prisão preventiva passa por critérios legais, por mais que o réu seja confesso. Se ele oferece risco a pessoas envolvidas na investigação, deve ficar preso — assinala o parlamentar, criticando a decisão da juíza: — Tem gente presa em delegacia há seis meses por roubo e furto, e não pode responder em liberdade. No entanto, tem gente que mata e fica solta. É difícil de entender.
Para família, paixão não explica crime
Quem convivia com Mariana questiona o argumento da juíza Elizabeth Louro de que a única motivação do pedreiro foi uma paixão fulminante. Luiz Carlos fazia serviços para a escola da família de Mariana — onde a jovem trabalhava como secretária — há pelo menos quatro anos.
— A Mariana sempre foi muito respeitosa com ele, nunca teve intimidade alguma. Nunca deu motivo para essa situação. E ele nunca lançou um olhar de cobiça para ela. A gente teria observado isso. Ele é louco mesmo, inventou isso do nada — criticou a tia da jovem, Sirley Gonçalves.
Outro argumento usado pelos familiares para rebater o crime passional é o fato de o dinheiro e os pertences da vítima terem desaparecido.
— Ela tinha ido na escola para receber pagamentos atrasados de um pai. Devia ter em torno de R$ 600. Cadê este dinheiro? E cadê os brincos e o colar de prata que o namorado tinha dado a ela, e que ela sempre usava? — questionou a mãe de Mariana, que tem contado com o apoio dos amigos da jovem: — Quando eles vão embora, fica só a tristeza.
Caroline Dias, a melhor amiga de Mariana, está reunindo colegas para lutar contra o impunidade.
— Queremos nos manifestar. Não pude salvar minha amiga desta brutalidade, mas vou salvá-la da impunidade.
Indignação com decisão da Justiça
O descontentamento com a decisão judicial que libertou Luiz Carlos não se limita aos familiares da vítima. Quem mora perto da cena do crime também está indignado.
— Se eu sei onde ele está? Claro que não! Se soubesse, a gente o pegava. Ele não é nem louco de passar nas redondezas. A gente ouviu dizer que ele passou por aqui nos últimos dias, que foi morar em Sepetiba, na Zona Oeste, mas ninguém sabe ao certo — disse o pedreiro José Rodrigues.
O pedreiro morava no condomínio em frente ao colégio da família de Mariana, hoje fechado. Alguns vizinhos temem que ele volte para lá.
— Tenho que ficar com minha mãe aqui na casa dela, pois ela tem medo. Ele é um assassino — disse um homem que não quis se identificar, com medo de represálias.
— Vizinhos já viram o assassino da minha filha rondando por aqui onde moro, e nas proximidades da escola. Ele é louco, tenho muito medo do que ele possa fazer. É muito injusto ele estar solto e eu me sentir presa — lamenta Sueli.
Enquanto a juíza Elizabeth Louro afirma que não viu "clamor público" ou "ameaça a outras pessoas envolvidas no processo, como familiares da vítima", a mãe de Mariana se sente acuada e com medo.
Com receio também de que o caso se torne mais um na lista dos crimes impunes do país, parentes e amigos de Mariana decidiram procurar a comissão de direitos humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. O presidente da comissão, o deputado Marcelo Freixo (PSOL), vai recebê-los no início da próxima semana.
— A decisão de retirar a prisão preventiva passa por critérios legais, por mais que o réu seja confesso. Se ele oferece risco a pessoas envolvidas na investigação, deve ficar preso — assinala o parlamentar, criticando a decisão da juíza: — Tem gente presa em delegacia há seis meses por roubo e furto, e não pode responder em liberdade. No entanto, tem gente que mata e fica solta. É difícil de entender.
Para família, paixão não explica crime
Quem convivia com Mariana questiona o argumento da juíza Elizabeth Louro de que a única motivação do pedreiro foi uma paixão fulminante. Luiz Carlos fazia serviços para a escola da família de Mariana — onde a jovem trabalhava como secretária — há pelo menos quatro anos.
— A Mariana sempre foi muito respeitosa com ele, nunca teve intimidade alguma. Nunca deu motivo para essa situação. E ele nunca lançou um olhar de cobiça para ela. A gente teria observado isso. Ele é louco mesmo, inventou isso do nada — criticou a tia da jovem, Sirley Gonçalves.
Outro argumento usado pelos familiares para rebater o crime passional é o fato de o dinheiro e os pertences da vítima terem desaparecido.
— Ela tinha ido na escola para receber pagamentos atrasados de um pai. Devia ter em torno de R$ 600. Cadê este dinheiro? E cadê os brincos e o colar de prata que o namorado tinha dado a ela, e que ela sempre usava? — questionou a mãe de Mariana, que tem contado com o apoio dos amigos da jovem: — Quando eles vão embora, fica só a tristeza.
Caroline Dias, a melhor amiga de Mariana, está reunindo colegas para lutar contra o impunidade.
— Queremos nos manifestar. Não pude salvar minha amiga desta brutalidade, mas vou salvá-la da impunidade.
Indignação com decisão da Justiça
O descontentamento com a decisão judicial que libertou Luiz Carlos não se limita aos familiares da vítima. Quem mora perto da cena do crime também está indignado.
— Se eu sei onde ele está? Claro que não! Se soubesse, a gente o pegava. Ele não é nem louco de passar nas redondezas. A gente ouviu dizer que ele passou por aqui nos últimos dias, que foi morar em Sepetiba, na Zona Oeste, mas ninguém sabe ao certo — disse o pedreiro José Rodrigues.
O pedreiro morava no condomínio em frente ao colégio da família de Mariana, hoje fechado. Alguns vizinhos temem que ele volte para lá.
— Tenho que ficar com minha mãe aqui na casa dela, pois ela tem medo. Ele é um assassino — disse um homem que não quis se identificar, com medo de represálias.
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