sexta-feira, 11 de junho de 2010

José Agostinho Bispo Pereira, o "Colecionador" Fritzl tupiniquim...

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O Colecionador, de John Fowles, foi o único livro que li de uma vez só...

Comecei pela manhã e finalizei numa madrugada...

Tempos depois assisti o filme (The Collector) tão bom quanto o livro, o que raro, onde um colecionador de borboletas encarcera sua presa humana no porão de sua casa...

Porém, achava irreal alguém conseguir aprisionar alguém durante anos sem ser descoberto...

Em 2008 a história do austríaco Josef Fritzl, 73 anos na época, causou espanto

após confessar ter mantido a filha presa num porão por 24 anos com quem teve sete filhos...

Para suplantar de vez minha descrença em ficções que a realidade é capaz de reproduzir com maior veracidade:

A polícia do município de Pinheiro, no Maranhão, prendeu um lavrador de 54 anos que mantinha a filha em cárcere privado há 17 anos...

Trata-se do lavrador José Agostinho Bispo Pereira que abusou sexualmente da filha, que engravidou diversas vezes e teve igualmente sete filhos...

A filha do lavrador José Agostinho, Sandra Maria Monteiro - 29 anos - não sabe ler, escrever; jamais saiu da ilhota onde vivia com o pai no Povoado de Experimento, distante 340 km da capital São Luis...

Em Pinheiro, muito sabiam da história da família do lavrador, mas ninguém jamais chegou a denunciá-lo...

Recentemente, com ma divulgação de campanhas contra violência sexual no municópio, moradores decidiram chamar as autoridades...

Quando a polícia chegou ao local, seis dos sete filhos de Sandra Maria estavam em casa...

A exceção foi o bebê de dois meses que teria sido adotado por outra família...

Sandra demonstra ter distúrbio psicológico; as crianças mantidas na ilhota não saíam de casa nem mesmo para ir à escola...

O agricultor José Agostinho foi preso e é mantido separado dos demais que prometem agredí-lo...

Tomara que consigam...





Jorge Schweitzer


PS: Tanto Mizael quanto José têm "Bispo" no sobrenome.... Curioso...

Um comentário:

  1. Esse monstro será recolhido da sociedade, a qual pagará a conta.

    AGORA, NÃO SEI O QUE É MAIS CHOCANTE, se o crime em si, ou isso:

    "Aparentemente, vários habitantes de Pinheiro sabiam do que acontecia na casa de Pereira, mas foi em 21 de maio, quando o Ministério Público, o Conselho Tutelar e a polícia do município organizaram uma manifestação contra os abusos infantis, que ele foi denunciado."

    Pois bem, que comunidade é essa onde as pessoas sabem sobre a monstruosidade que ocorre e ficam caladas por décadas??????? Pergunto se isso é um caso isolado ou não seria o reflexo de uma condição muito maior: a ignorância total que ainda predomina em boa parte de nosso país. Uma coisa é o caso do austríaco Fritz que mantinha a filha escondida, ou mesmo andava com ela em público, mas sem que ninguém soubesse o que acontecia. Outra coisa é ter uma comunidade CIENTE da monstruosidade, porém calada. Essa conivência é tão monstruosa quanto o fato em si. Isso nem autor de ficção seria capaz de produzir. A não ser que o autor vivesse em um país onde o máximo de (pseudo) cidadania que muita gente experimenta é grudar a cara na TV pra ver jogo de futebol.
    Otávio

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