Domingo passado conduzi dois Palhaços...
Há, há, há, há, há, há...
Palhaços mesmos...
Palhaços por profissão...
Tóóóiiiiiinnnnn...
Costumamos adjetivar políticos safados de “Palhaços”, o que é uma baita ofensa com atividade tão admirável...
Palhaço é nobre...
Tum-tum, tum, tum, tum, tum, Tum-tum...
Orwell foi mais apropriado ao comparar Políticos com Porcos em “A Revolução...” na crítica Stalinista...
É por aí...
Big, big, big; hurra, hurra, hurra; brother, brother, brother...
Político quando tenta transformar plenário em picadeiro na realidade já equiparou seu chafurdado gabinete pessoal em pocilga....
Cóin, cóin, cóin...
Pôs bueno, pôs bueno...
Voltemos aos meus passageiros Palhaços:
Um Palhaço paulista de Campinas...
Um Palhaço gaúcho de Caxias do Sul...
Putz, Putz, Putz, Putz...
(Quase faço uma palhaçada anedotorádica sobre Gaúcho da Serra Alemão em Campinas... Não devo... Meu talento humorístico é ridiculamente hereditário... Meu pai, paiaço Alípio Schweitzer, sempre repetia a mesma piada irritante que dia após o filme “Da Terra nascem os Homens”, pelotenses escavarem a cidade inteira... )
A caminho da Quinta da Boa Vista para uma apresentação...
Está acontecendo na cidade o 7o. Encontro Internacional de Palhaços...
Não estavam caracterizados...
Descobri suas profissões conversando sobre a cidade...
Patatí, patatá... Patatí, patatá...
(Eu já sabia que o Festival estava rolando por aqui)...
Ficaram admirados ao saberem que a Quinta foi residência Imperial...
Mostrei a casa - logo abaixo, na Rua Pedro II - da amante do D.Pedro I, a Marquesa de Santos, que agora é o Museu do Segundo Reinado...
Contei alguns detalhes rápidos sobre o romance que sacudiu a Corte...
Ficaram maravilhados...
Bá-bá, bá, bá, bá...
Não tinham a menor idéia sobre...
Ficaram de visitar os locais...
Queriam saber mais...
Curioso como o Rio de Janeiro não explora turisticamente esta faceta...
Com exceção da Europa – e o México, por curto período – fomos os únicos a abrigar uma Corte Imperial Européia como instituição política e governamental...
Existem locais históricos que estão sumindo abandonados pelo descaso com nossas referências...
Vumpt, vumpt, vumpt...
Semanas atrás enviei email para o prefeito César Maia (que encaminhou a um de seus assessores e me devolveu cópia) alertando sobre o ‘Depósito de Burros’ da Rua dos Inválidos que está sendo desfigurado pela Petrobrás...
Até duvidei da história do “Depósito de Burros” até apanhar outro passageiro incomum, o sócio (desde 1946) do Restaurante Nova República, que me alertou sobre o local que está sumindo para dar lugar uma piscina de contenção de águas da chuva...
Tchuá, tchuá, tchuá...
No início deste ano remeti outra correspondência eletrônica avisando que prédios da época do Império dentro do 1O. Distrito Naval em frente à Ilha Fiscal (onde ocorreu o último baile da Realeza) estavam sendo demolidos descaracterizando parte de um grupo de armazéns que são um conjunto arquitetônico...
Minha alerta acabou desabando no vazio, como pude constatar ontem ao vê-los demolidos ao passar pela Praça XV...
(Infelizmente não tenho tempo para ir em frente com estas denúncias, mas amanhã vou procurar o email sobre o 1O. DN e reenviar ao prefeito)...
Spleft, spleft, spleft....
Tempos atrás foi visitar um prédio do Exército, na Rua Jogo da Bola, na Praça Mauá...
Sabem o que era ali?
Uma oficina de carruagens oficiais...
Milicos ficaram surpresos e entusiasmados com a descoberta...
Tropt, tropt, tropt...
No local ficou preso Tiradentes até ser transferido para o presídio da Rua da Cadeia (atual Rua da Assembléia) onde fica o Palácio Tiradentes...
Tiradentes foi enforcado na esquina da Rua Gomes Freire com Visconde de Rio Branco que atualmente abriga uma Escola Municipal e depois seu corpo recortado e espalhado em postes até Minas, onde suas poucas terras foram polvilhadas de sal para não germinarem jamais...
Tenho certeza?
Não!
Registros são imprecisos...
Até a quantidade de ocupantes dos navios que chegaram ao Rio acompanhando D.João XVI, fugindo de Napoleão Bonaparte, oscilam com diferenças de milhares...
A cada década fica mais difícil resgatar nossas memórias que vão evaporando encobertas pelo martelete cobrindo de poeira moderna nossa história pretérita...
É bobagem conservar estes marcos?
Pode ser...
Pode ser...
A primeira providência de qualquer dominador é dilapidar qualquer símbolo que possa preservar referências que possam tornar populações homogêneas...
Palhaços são o elo entre nossos sonhos virtuais e o real...
Mesmo quando demolirem todos nossos castelos maravilhosos que habitam nossas fantasias restarão eles...
Os Palhaços...
Aaaaahhhhhh...
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Adoro sentar abaixo de lona imensa, os pés na serragem, maçã do amor na mão direita e ser tratado de...
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"Respeitável Público"...
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Me sinto respeitado...
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E feliz...
Jorge Schweitzer
Jorge Schweitzer
PS: para saberem a programação dos Palhaços Maravilhosos entrem no site: www.anjosdopicadeiro.com.br
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