quinta-feira, 23 de outubro de 2014
Morte da delegada Tatiene Damaris: corpo tinha hematomas e residência não foi arrombada
Polícia usará imagens de câmera de segurança para desvendar morte de delegada
Objetivo é saber a que horas o marido dela chegou. Tatiene Damaris, da 36ªDP, foi encontrada morta em sua casa, em Realengo, com hematomas, mas sem marcas de tiros e facadas
POR ANA CLÁUDIA COSTA / GUSTAVO GOULART / ANTONIO WERNECK
RIO - Peritos da Delegacia de Homicídios (DH) recolheram imagens de uma câmera de segurança do prédio de número 219 da Rua Lomas Valentina, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, onde fica a casa da delegada adjunta Tatiene Damaris, da 36ª DP (Santa Cruz), encontrada morta no início da tarde desta quinta-feira. Segundo um morador da rua, a DH pediu imagens captadas entre 6h10m e 14h, e disse que o objetivo da polícia é analisá-las para saber o momento em que o carro do marido de Tatiene - um Fox preto estacionado em frente à residência do casal - chegou em casa. A câmera fica a cerca de 100 metros do local do crime.
De acordo com a Polícia Militar, o corpo de Tatiene foi achado com vários hematomas, mas sem marcas de tiros ou facadas. A polícia acredita que ela tenha lutado com alguém. Não há sinais de arrombamento no imóvel.
Por volta das 16h, peritos da Delegacia de Homicídios (DH) trabalhavam no interior da residência de Tatiene. Vizinhos contaram que, nesta manhã, um carro que faz transporte escolar foi buscar a filha da delegada e, depois disso, o marido também saiu, retornando por volta de meio-dia. Segundo moradores da rua, ele teria encontrado o corpo e chamado a polícia.
Ainda de acordo com vizinhos, esta não é uma área de ação de atuação de milicianos, de quem Tatiene estaria sofrendo ameaças. A casa fica a 100 metros da Vila Vintém, comunidade ainda sem Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) e dominada por traficantes. Quando a polícia chegou ao local do crime, bandidos soltaram fogos de artifício e, por isso, a Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil foi acionada. Um veículo blindado da equipe especializada foi posicionado em frente à rua de acesso à Vila Vintém, para dar proteção ao trabalho dos policiais.
DELEGADA TERIA SOFRIDO AMEAÇAS
A polícia investiga pelo menos duas hipóteses para o crime. Tatiene teria dito a amigos que estava sendo ameaçada por milicianos da Zona Oeste. Outra possibilidadde é que tenha sido um ato passional. O assassinato foi por volta de 12h30m desta quinta-feira. Tatiene era casada e deixa dois filhos, um deles de 2 anos. O marido de Tatiene foi levado para depor na DH.
Tatiene Damaris estava há cerca de três meses lotada na 36ª DP, depois de ser transferida da 35ª DP (Campo Grande), outra delegacia na Zona Oeste, onde também era delegada adjunta. Em junho do ano passado, ficou à frente da investigação sobre o rompimento de uma adutora que provocou a inundação de parte da região do Mendanha, em Campo Grande, Zona Oeste do Rio.
No acidente, uma criança de 3 anos morreu e 16 pessoas ficaram feridas. Cerca de 200 imóveis foram afetados, sendo 17 totalmente destruídos. Na época, Tatiene afirmou que o rompimento foi causado pela fábrica de bebidas Guaracamp, situada ao lado do local do acidente.
COLEGAS LAMENTAM MORTE
Policiais civis da 36ª DP (Campo Grande) reagiram com surpresa e choque à morte da delegada assistente da delegacia, Tatiene Damaris.
- Estamos todos surpresos e chocados. Era uma excelente profissional - disse um policial, sem se identificar.
- O caso foi entregue à Divisão de Homicídios (DH), que ficará à frente das investigações. Mas nós estamos com equipes no local apoiando na apuração do caso. Não podemos descartar nenhuma hipótese, inclusive a possibilidade de sua morte estar ligada à atividade profissional - afirmou outro policial da 36ª DP.
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