quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Taxista Ademilson dos Santos, 57 anos, devolve notebook e não aceita recompensa no RJ








Taxista devolve notebook a passageira e não aceita recompensa
Taxista devolve notebook a passageira: 'Fiz o que é certo'

Pedro Zuazo

Desde que seu computador quebrou, há algumas semanas, o taxista Ademilson dos Santos, de 57 anos, começou a alimentar a ideia de adquirir um notebook. 

E qual não foi sua surpresa ao perceber, no último dia 28, que uma passageira havia esquecido justamente um laptop em seu carro. 

Apesar da coincidência, o niteroiense não pensou duas vezes: cruzou a Ponte Rio-Niterói e foi até o Engenho Novo, na Zona Norte do Rio, para devolver o objeto à dona. 

Ao receber o computador portátil, a jornalista e consultora Sandra Braconnot, de 58 anos, ofereceu uma gratificação, mas Ademilson recusou.

— Quando entrei em casa e percebi que tinha esquecido o notebook, entrei em pânico. Cheguei a passar mal durante meia hora — conta Sandra, acrescentando que, junto ao computador portátil, havia um HD (dispositivo de armazenamento de dados), com informações acumuladas em 15 anos de carreira: — Num primeiro momento, pensei que ele poderia ter feito de propósito, porque havia me ajudado a descarregar as coisas do carro e o laptop ficou esquecido. Esse pensamento passou, mas percebi que diversas pessoas têm uma visão ruim dos taxistas, porque muitos vieram me dizer que devia ter sido intencional mesmo.

Mas Sandra não se resignou. Ela resolveu contar seu drama nas redes sociais, ligou para o sindicato dos taxistas e recorreu até à Secretaria municipal de Transportes. 

Quando já estava quase desistindo, ela recebeu uma ligação de sua mãe, dizendo que um taxista havia batido em sua casa para devolver o notebook. 

Como Sandra não estava em casa, Ademilson deixou o cartão para ela retornar a ligação.

— Quando soube que ele tinha deixado o cartão, pensei que ele poderia querer pedir alguma coisa. Mas fiquei tão feliz quando ele trouxe que já dei logo um abraço apertado nele. Ele pediu para eu conferir se estava tudo ali. Quando eu perguntei se poderia oferecer uma gratificação, ele recusou. Fiquei feliz de saber que existe gente assim e depois voltei às redes sociais para contar que tinha recuperado os objetos — conta Sandra.


Para Ademilson, não foi a primeira e nem será a última vez que algo é esquecido em seu táxi.

— Uma vez devolvi uma carteira e em outra ocasião devolvi um celular. Acho que fiz o que é justo e o que é certo. O passageiro já paga a corrida, não faz sentido ter que pagar mais para recuperar algo que esqueceu dentro do táxi — diz.




PS: Quem acreditou por suposição preconceituosa antecipada que o taxista tentou distrair a passageira para ficar com o celular é porque certamente faria isto ao invés de devolver o objeto que não lhe pertence... Parabéns, Ademilson, parabéns! ... JS




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