segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Carta aberta de Cristiane Marcenal, mãe da menina Joanna, ao Poder Judiciário do Rio de Janeiro






Nova Iguaçu, 20 de 0utubro de 2014




Carta aberta ao Poder Judiciário do Rio de Janeiro





Então Jesus contou aos seus discípulos uma parábola, 
para mostrar-lhes que eles deviam orar sempre e nunca 
desanimar. Ele disse: "Em certa cidade havia um juiz que 
não temia a Deus nem se importava com os homens.
E havia naquela cidade uma viúva que se dirigia 
continuamente a ele, suplicando-lhe: ‘Faze-me justiça 
contra o meu adversário’. "Por algum tempo ele se 
recusou. Mas finalmente disse a si mesmo: ‘Embora eu 
não tema a Deus e nem me importe com os homens, 
esta viúva está me aborrecendo; vou fazer-lhe justiça 
para que ela não venha me importunar’ ". E o Senhor 
continuou: "Ouçam o que diz o juiz injusto. Acaso Deus 
não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele 
dia e noite? Continuará fazendo-os esperar? Eu lhes 
digo: ele lhes fará justiça, e depressa. Contudo, quando o 
Filho do homem vier, encontrará fé na terra? " Lc18:1-8
Lucas 18:1-8


                                                                                           

Hoje minha filha Joanna Cardoso Marcenal Marins faria 10 anos. Nenhum de vocês precisaria saber disso não fosse uma decisão judiciária baseada num laudo feito por duas psicólogas da 1a Vara de família que ouviu o pai, a madrasta, os avós paternos e que inicia o laudo dizendo que eu já abrira um processo administrativo pedindo suspeição delas por isso não iriam falar comigo, quando deveriam dar-se por impedidas. Neste laudo a conclusão: Joanna deveria permanecer com o pai por 90 dias sem minha influência, com qualquer tipo de comunicação ou visitação. Do dia 26/10/2010 foram necessários só 53 dias para que juntos o pai, técnico do judiciário, então secretário do Juiz da VEP do TJ/RJ, e madrasta a abandonassem em morte cerebral num hospital em Botafogo. Após 26 dias Joanna enfim perde sua luta contra a morte. 

Dias após, concordante com o laudo do IML uma babá depõe na delegacia, dizendo que a viu queimada, mãos e pés amarrados com fita crepe, sob fezes e urina num tapete dentro do closet apenas gemendo. Pediu para limpá-la. André proibiu dizendo que D. Vanessa não queria que ela sujasse os lençóis. O laudo do IML confirma: Joanna morreu vítima da desnutrição e tortura sofrida. O pai faz uma entrevista coletiva onde confessa ter praticado estes atos e ameaça as testemunhas. Em seguida é preso por ameaçar testemunhas. Audiências de instrução em janeiro. Seguem recursos para 2a instancia e STJ para libertação de André. Todos negados. Num dia, um novo juiz aparece e dá alvará de soltura e desaparece. Lembrem-se que ele NUNCA FOI PRESO PELO ATO CRIMINOSO, MAS POR AMEAÇAR TESTEMUNHAS e solto por não apresentar perigo à sociedade. De fato à sociedade não, só a mim e minha família. 

Quem mata sob tortura a própria filha é capaz de passar anos esperando e organizando o tempo certo para o crime tenebroso. ISSO é REAL! Curioso é que dos casos odiosos que o Brasil recorda; os bandidos que mataram João Hélio foram rapidamente presos e até julgados, os Nardoni ficaram presos até o julgamento, o pai e madrasta de Bernardo assim como assistente social continuam presos, André e Vanessa seguem soltos vivendo suas vidas normais. O André trabalha no TJ na Comarca de Campo Grande. Responde a mais de uma centena de processos cíveis e outras dezenas de processos criminais. No próximo dia 12 haverá audiência de um processo em que agrediu Vanessa.

Aqui em casa agora habita um silêncio eterno. Seguro um dos brinquedos da Joanna: um globo de neve com a casa da Branca de Neve de um lado e de outro a mina dos 7 anões. 

Mínimos enfeites e personagens podem ser acessados quando o globo o globo é aberto. 

Estão todos lá. Como pode um objeto permanecer mais que a vida? Será que não há um só de vocês que tenham filhos ou netos, cujo dia das crianças nunca acontecerá? Tomara que não! 

Segurar a mão da filha que morre lentamente e fechar seu caixão não deveria ser permitido a nenhuma mãe. Penteá-la pela pela última vez, e beijá-la sentindo a pele gelada, olhos sem vida, dedos que não mais apertam os seus, lábios que não te sorriem. O último passeio deitada num esquife branco numa procissão silenciosa de onde, você sabe ela não voltará. 

Nem há mais corpo naquele sepulcro. Seus ossos já foram retirados e seus assassinos gozam da vida que foi arrancada dela.

Em meus momentos dor e quase loucura só consigo ouvir a voz do André dizendo que a tia é promotora e que nada nunca acontecerá com ele. Custo acreditar que mesmo sendo a tia faria isso. Ela tem filhos e é avó. Ele conhece o sobrinho insano que tem. O seu marido Procurador já tentou intervir uma vez em favor do André, mas ele ainda não tinha matado nem torturado a Joanna.

O que lhes peço não é especial, único, exceção, excepcional, difícil, gentileza, apreço, cuidado ou favor, apenas que cumpram a sua importantíssima função na sociedade:

JUSTIÇA!

E neste caso justiça seria um julgamento tão célere quanto o funcionário matou a própria filha. 

Uma questão de ordem na própria casa!



Cristiane Marcenal, mãe de Joanna Cardoso Marcenal Marins







Um comentário:

  1. Olha neste caso da Joana não tem o que falar....Acredito que a forma mais evidente do escrachamento da corrupção que assola o Rio de Janeiro........Não sei nem o que faria infelizmente a justiça esta chamando a todos de OTÁRIOS ou testam a saúde mental da sociedade, até surgir um louco (ou não) e dar um tiro no meio da boca deste desgraçado para ele passar a eternidade com os demônios, demônio ele próprio que só tem a aparência de humano.....Força, porque no seu lugar eu já teria matado este safado afinal das contas quantos anos posso passar na cadeia mesmo uns 5 anos, com as reduções penais? é eu mataria ele e mandaria ele de volta ao inferno.......

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