Ontem a noite, domingo 10/5, estive na Coroa...
Iludido bizonhamente por simpáticos passageiros com destino a aplauzivel Sta
Teresa...
Chegando por lá fui sendo conduzido ao olho do furacão...
- Pode ir que e' seguro... Moramos aqui há 20 anos...
Me rememoram aquela ladainha odiosa que 'violência tem até no Leblon'...
E' mesmo, qual problema de ser parceiro útil galopando no fio da navalha?
Após sair do Largo dos Guimarães contorno próximo do Posto de Saúde na subida íngreme da Monte Alegre e empino em direção da descida que desemboca no final da rua da Coroa sem saída onde necessário contornar com dificuldades pelos vários obstáculos colocados no caminho para dificultar chegada do Caveirão...
Os quatro vidros abertos, farol baixo e luz interna acessa...
Não havia policia nem civis armados...
A vida segue normal por lá...
Deixo o casal com criança de colo e uma senhora me pede para deixa-la perto do sambódromo para pegar ônibus para a Penha...
Lógico, mais seguro sair dali com morador para não ser convocado para um bonde de fuga da favela...
Ela foi visitar a filha e neta para comemorar o dia das mães e diz que foi 'Jesus' que me colocou em seu caminho para sair de lá...
Duvido...
Entrar em comunidade deflagrada e' como andar de avião, depois que você está no alto não resolve rezar...
Pensei em filmar a descida escura pelo Catumbi onde passo em frente de biroscas de portas cerradas, a passageira pede 'faz isto não, moço'...
Atendo...
Chegamos na Mem de Sá sem passar por nenhuma barreira sequer da PM...
Se eu tivesse carregando armamento poderia ter entrado e saido sem problema...
A corrida dá menos de 10 reais...
- Moço, graças a Deus que o senhor apareceu do nada... Como e' que a gente chama táxi por telefone numa situação destas?
- Chama o Uber, vai aparecer um carrão preto com motorista de terno e gravata para lhe resgatar na hora...
- Moço, o senhor e' muito engraçado, sabia?
- Sabia!
...
Jorge Schweitzer
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