Paolla Serra
Em depoimento na tarde desta quinta-feira, Thor Batista foi indagado pela promotora Patrícia de Oliveira Souza sobre os detalhes da ajuda que teria dado à família de Wanderson Pereira dos Santos, atropelado por ele na Rodovia Washington Luís, em Xerém, Duque de Caxais, em março de 2012.
O filho do milionário Eike Batista assumiu que seus advogados deram R$ 300 mil a Maria Vicentina, mãe de criação da vítima, que não era casado nem tinha filho.
Thor diz que pode comprovar a doação por documentos, que foram anexados aos autos no final do interrogatório.
Ele responde por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
Mais cedo, o jovem de 21 anos definiu assim o acidente que matou o ciclista Wanderson, no dia 17 de março de 2012:
“Não tive tempo de desviar. O acidente foi inevitável”.
Thor foi ouvido na 2ª Vara Criminal de Duque de Caxias.
Ele falou durante 41 minutos e, muitas vezes, foi interrompido pela juíza Daniela Barbosa Assunção de Souza e pela promotora.
Thor contou que, na noite do acidente, havia saído de um restaurante em Itaipava, na Região Serrana, com um amigo, por volta das 19h.
Segundo ele, de repente um homem cruzou a pista.
- Eu estava a mais ou menos 100 km/h na reta. E por volta de 70 km/h na Serra, pois as curvas lá são muito acentuadas - disse o jovem.
A maior dúvida da promotora foi justamente em relação à velocidade em que Thor afirma que trafegava.
Em depoimento à Polícia Civil na noite do acidente, os seguranças dele contaram que estavam distantes do carro do jovem porque ele seguia numa velocidade mais alta.
Os seguranças alegaram na época que seguiam a 70 km/h.
Já durante o interrogatório Thor contou que a distância entre seu carro e os da escolta era porque os seguranças haviam deixado o restaurante um pouco depois dele.
Segundo o jovem, isso é uma prática em viagens. O filho de Eike alegou que se sente muito vigiado na cidade e, quando está fora, tenta ficar um pouco mais "livre".
Em outro momento, Thor falou sobre o momento do acidente.
Na ocasião, a força do impacto chegou a atirar pedaços do corpo de Wanderson Pereira dos Santos dentro do veículo conduzido pelo réu.
"Preferi nem olhar se havia partes do corpo ou não. Eu estava muito nervoso", contou Thor, sem aparentar emoção.
O filho do milionário Eike Batista também lembrou que tanto ele quanto o amigo que o acompanhava no carro também se feriram nas pernas.
"Ficamos cheios de sangue", afirmou ele.
Thor permaneceu calmo durante todo o tempo.
Ele estava acompanhado de três advogados e da mãe, Luma de Oliveira, pouco antes de 13h.
Durante o interrogatório, ele falou ainda sobre os 51 pontos que tinha na carteira na época do acidente.
Segundo Thor, as infrações haviam sido cometidas por motoristas ou haviam sido registradas antes de a documentação do veículo passar para o seu nome.
A partir desta quinta-feira, o processo entra na fase de alegações finais.
O prazo para a defesa e o Ministério Público se manifestarem é de cinco dias.
A sentença deve sair ainda este semestre.
Novo laudo
No início deste mês, o caso envolvendo Thor Batista teve uma reviravolta.
Na época, foi divulgado um novo laudo produzido pela Polícia Civil garantindo que o filho de Eike estaria entre 100 e 115 quilômetros por hora quando atropelou e matou o ciclista.
Thor responde por homicídio culposo (sem intenção de matar).
O laudo anterior, que foi retirado do processo, atestava que o empresário dirigia a pelo menos 135 quilômetros por hora na ocasião.
De acordo com o novo documento - pedido pelo Ministério Público e concedido pela Justiça - o filho do milionário Eike, segundo os dois métodos de cálculos admitem uma variação de velocidade, para mais e para menos, de 12 quilômetros por hora.
Sendo assim, Thor estaria de 88 até 127 quilômetros por hora no momento do acidente.
PS: Achei R$ 300 mil uma mixaria pelo poderio financeiro do acusado de homicídio culposo, a família da vítima deveria entrar na Justiça e pedir mais... Quanto a alegação que os seguranças ficaram para trás em razão de terem se atrasado no restaurante acredito que possibilidade zero que isto tenha ocorrido; se ocorresse o Eike demitiria todos no dia seguinte; segurança que perde de vista seu protegido compromete o princípio básico de manuais de guarda-costas a não ser que eles seguiram cartilha do Agente 86 ou do Mister Bean... No tocante as multas que seriam de motoristas da família é apropriado relembrar que o automóvel Mercedes SLR McLaren de fibra de carbono custa 2 milhões e 700 mil reais e que Eike Batista guardava na sala de sua residência, ao lado de quadros e tapetes persas, e não é carro que se entregue na mão de serviçais já que esportivo sem conforto para levar família de milionário para passear e se isto, improvável, ocorreu existia o recurso de repassar as multas para o real infrator e dar um bilhete azul para o motorista desastrado... Se para construir uma estória fantasilóide dessas contrataram o escritório do Márcio Thomas Bastos eu me sinto em condições plenas de construir explicação mais plausível pela metade do preço... Basta o Eike me ligar... JS
Cara, a Luma tá um bagulho!
ResponderExcluirE essa é a estorinha contada pelo imbecil arrogante filinho de papai rico, acreditem se quiserem, mas que não é real, com certeza não é! Vamos ver a sentença que será prolatada! Ninguém mais falou sobre a perda do direito de dirigir... Dizer que deu 300.000,00 é como dizer: "Calei a boca dos pobretões para não virem me prejudicar". Dois pesos duas medidas, vamos ver no que vai dar.
ResponderExcluirQuem sabe "aparece" novo laudo dizendo que ele estava a 60Km/h. "Provaram" que a vítima estava alcoolizada, como ímã, o carro foi atraído para cima dela.
ResponderExcluirNão conseguiram explicar, por enquanto, como a bicicleta foi arremessada no meio do mato, muito além do acostamento.
Mas, claro, estão indignados porque o sangue pobre ousou macular os corpos dos meninos ricos.