segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Integrante da Banda Gurizada Fandangueira fala do princípio do incêndio: 'Usamos o sputnik... Começou a pingar... Tinha uma chama... Pareciam umas aranhazinhas se mexendo.'





"Foi na hora do gaitaço, para produzir um efeito", conta guitarrista sobre início de incêndio em boate 

Por telefone, Rodrigo Martins comentou a tragédia e a morte do amigo Danilo Jaques, 28 anos, gaiteiro oficial da banda Rodrigo Martins (de camiseta branca) com integrantes da banda em uma festa Foto: Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal 

Guitarrista do grupo Gurizada Fandangueira, Rodrigo Martins, 32 anos, ferido no incêndio, refugiou-se em casa, em Rosário do Sul, e foi o único integrante da banda a conceder entrevista. 

O grupo passava por uma fase de reconhecimento do público e lançava o CD O Som Que o Povo Gosta. 

Zero Hora — O que ocorreu na boate? 

Rodrigo Martins — A gente começou a tocar. Na quinta música, usamos o sputnik (sinalizador). Na metade da música seguinte, eu vi que começou a pingar e, quando olhei para o teto, tinha uma chama na espuma. Pareciam umas aranhazinhas se mexendo. 

ZH — Quem acionou o sinalizador? 

Martins — Foi o auxiliar de palco, com um controle remoto. Foi na hora do gaitaço, para produzir um efeito. O sputnik fica no chão e produz uma chama de mais ou menos 1m70cm. Nunca houve problema. 

ZH — Vocês já haviam usado o equipamento antes? 

Martins — Sim, a gente sempre usava. Até em lugares menores. 


ZH — O que aconteceu depois que você viu a chama? 

Martins — Os guris jogaram água, mas não adiantou. Depois, um segurança tentou apagar com um extintor, mas o extintor não funcionou. Aí, a gente saiu. 

ZH — Vocês conseguiram sair logo? 

Martins — Foi um pesadelo. A fumaça logo se espalhou. O pessoal que estava na frente, as gurias, nossas fãs, se salvaram, porque saíram logo. Mas eu cheguei a ser atropelado e inalei fumaça. Caí, pisaram no meu pescoço, nos braços. Vi gente agonizando. 

ZH — Vocês ajudaram a salvar alguém? 

Martins — Sim, tiramos muita gente. Fizemos o que foi possível. 

 ZH — E o integrante da banda que acabou morrendo? O que aconteceu? 

Martins — Eu não vi, mas disseram que ele conseguiu sair e depois voltou para pegar a gaita. Não voltou mais. 

ZH — Vocês se sentem culpados por terem usado o sinalizador? 

Martins — Sou empregado da banda e nunca gostei muito disso, porque a fumaça me incomoda. Mas não acredito que o sinalizador foi a causa da tragédia. Acho que foi um curto-circuito ou algo assim. Querem culpar a banda. Mas nem o extintor funcionou. A boate não estava em condições. 

ZH — Você pretende voltar a tocar? 

Martins — Acredito que não. Vou viver com a minha família.










3 comentários:

  1. Nossa é triste de ver uma coisa asim uma banda com toda proporça de crese acabar asim ...

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  2. As pessoas que sobreviveram a essa tragedia devem reconhecer que se hoje estão vivos há um grande proposito de Deus sobre a vida dos tais e que é momento de rever os caminhos a serem trilhados.
    Que o Senhor possa consolar os familiares e que o Espirito Santo console cada coração.
    '... E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre;
    O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós.
    João 14:16-17 '.
    que todos tenham a sabedoria da palavra, para entender o que Deus nos ensina.
    Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.

    Não vem das obras, para que ninguém se glorie;

    Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.
    Efésios 2:8-10

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