sábado, 29 de agosto de 2015

Thiago Marinho Magalhães de Andrade confessa ter assassinado menina de 2 anos de idade na Rocinha RJ





Suspeito de espancar e matar criança de 2 anos na Rocinha é preso
Menina era enteada do agressor.
Causa da morte foi rompimento do fígado.


Alba Valéria Mendonça



Uma criança de 2 anos foi morta vítima de espancamento na manhã sexta-feira (28) na Rocinha, na Zona Sul do Rio. O suspeito foi preso à noite, e é o padrasto da menina. 

Segundo o delegado Gabriel Ferrando, da 11ª DP (Rocinha), o auxiliar de pedreiro Thiago Marinho Magalhães de Andrade, 19 anos, confessou o crime. Ele disse que perdeu a cabeça porque a criança fez xixi na cama.

Thiago foi autuado por homicídio duplamente qualificado. O delegado vai  tentar ainda neste sábado (29) a prisão preventiva do padrasto.

O delegado contou que o auxiliar de pedreiro chegou com a enteada já morta por volta das 9h, de sexta, à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Rocinha. Como a menina, Lara Sofia Dias Ribeiro, sofria de uma cardiopatia grave, os médicos só começaram a suspeitar de que ela tinha sido vítima de espancamento quando notaram lesões típicas de maus tratos em seu corpo. O caso foi comunicado à delegacia.

"Assim que recebemos essa informação, fomos à favela conversar com vizinhos, parentes e funcionários da creche onde ela costumava ficar. Fizemos um levantamento dos dados e informações. Junto com uma equipe da Divisão de Homicídios, acompanhamos toda a necrópsia da crianças, o que foi fundamental para pedir a prisão do padrasto. A menina morreu vítima de uma ação contundente abdominal que causou o rompimento do fígado. Ela também apresentava outras lesão internas graves", detalhou Ferrando.

Segundo o delegado, Lara tinha outras marcas pelo corpo, indicativas de maus tratos que ela vinha sofrendo há mais tempo. Por conta disso, ele pretende aprofundar as investigações para saber se a mãe de Lara, que é babá, teria conhecimento dos maus tratos sofridos pela filha. A menina também tem uma irmã de 4 anos, que aparentemente, não apresenta lesões pelo corpo, como observou Ferrando.

"Inicialmente está descartada a participação da mãe da criança neste crime. O espancamento ocorreu quando ela não estava em casa. Mas vamos aprofundar as investigações com relação à outra criança e para saber se ela sabia dos maus tratos sofridos por Lara.  O padrasto cometeu um crime tão brutal que impressionou até mesmo os policiais que participaram da investigação", disse o delegado.

Laudo fala em 'força brutal'

O suspeito confessou a polícia que deu 5 a 6 socos na vítima. A mãe da criança não estava em casa no momento das agressões. O delegado ainda explicou que o laudo da necrópsia fala em "força brutal" que provocou hemorragia após o rompimento do fígado.

A expectativa da polícia é que Thiago seja transferido para um presídio ainda hoje. Ele vai responder por homicídio duplamente qualificado (motivo fútil e impossibilidade de defesa) — a pena pode chegar a 30 anos de prisão. Exames complementares no corpo da criança vão definir se há lesões anteriores. Neste caso, Thiago pode responder também por maus tratos. Ferrando também encaminhou à Justiça um pedido para que o auxiliar de pedreiro responda ao processo preso.


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