Ricardo Rigel
Com 25 anos no Corpo de Bombeiros, Magno Reis, de 47, passou por um dos momentos mais difíceis de sua vida, no início da manhã desta quarta-feira: ao ouvir o barulho de uma forte batida, ele correu para a frente de sua casa, na Rua Doutor Getúlio Vargas, em Santa Catarina, São Gonçalo, na região Metropolitana do Rio, e viu o ônibus da linha 532 (Alcântara-Niterói) em chamas. Sem ter os equipamentos apropriados para ajudar as pessoas que estavam no coletivo, tudo o que pôde fazer foi ligar para o quartel do município.
- Estou anestesiado. Não pude fazer nada. Naquele momento, ouvi pessoas gritando, vi pessoas em chamas, mas não tinha equipamento para tentar ajudar. A única coisa que pude fazer foi ligar para os companheiros para eles virem logo - contou Magno.
Segundo ele, durante a noite de terça-feira choveu forte no bairro. A Rua Doutor Getúlio Vargas encheu e, depois de a água escoar, a pista foi tomada por muita lama. Para a delegada da 73ª DP (Neves) - onde o acidente será registrado -, Daniele Peres, isso pode ter feito o coletivo derrapar e atingir o poste, fazendo com que o transformador caísse e provocasse o o fogo.
Frentistas ajudaram a retirar vítimas
Dois frentistas de um posto de gasolina perto do local do acidente viram quando o ônibus passou em alta velocidade pela rua. De acordo com Leandro Dias, de 29 anos, um outro coletivo que vinha no sentido oposto estava na contramão para ultrapassar um carro. O motorista do ônibus que incendiou não conseguiu frear e derrapou.
- Peguei um extintor do posto e corri para tentar apagar o fogo. As pessoas gritavam muito e pediam socorro. Conseguimos quebrar algumas janelas e retiramos quatro pessoas. Mas tinham outras pegando fogo. Foi impossível de tirá-las - disse Leandro.
O frentista Joel Guimarães, de 46 anos, contou que nunca viveu uma experiência semelhante:
- Um garoto em chamas gritava, pedindo ajuda. Mas a mochila dele o impediu de pular. Minha vontade era entrar naquela ônibus e tirar todo mundo. Me senti impotente.
Bombeiros continuam no local do acidente. De acordo com a delegada Peres, nove pessoas morreram. Entre as vítimas, segundo os bombeiros, estavam mãe e filha, de cerca de 3 anos. Os corpos das duas foram encontrados na parte de trás do ônibus, abraçados. Cinco feridos foram levados para o Hospital estadual Alberto Torres, também em São Gonçalo.
Geovane Farias, de 20 anos, está em estado grave com grande parte do corpo queimado e segue na UTI. Ele era casado com a mulher que morreu abraçada à criança. José Soares Ferreira, de 52 anos, Leandro Fagundes da Silva, de 35, Anderson Morli, de 26, apresentam quadro que inspira cuidados. William Lemos da Silva sofreu escoriações e já foi liberado. Ele seguiu para a 73ª DP para prestar depoimento.
O motorista do coletivo, Waldnei Rangel, e o cobrador Ângelo Gomes da Silva seguiram para a Casa de Saúde São José dos Lírios. O estado de saúde eles é grave.
PS: A chamada da capa do Globo ponto 'com' nos deixa a vontade para imaginarmos que o bombeiro Magno Reis ao invés de tentar salvar as vítimas se colocou a filmar a desgraceira, enquanto os frentistas se arriscavam... Se isto ocorreu - mesmo que o Magno Reis, alegue que - por possuir experiência - sabia dos riscos do contato com eletricidade e tal ele ficou deveras mal na fita... Na tentativa de aparecer a qualquer preço e enviar seu WhatsApp para o Globo ele perdeu a mão e agora ficou exposto na janela a todo tipo de crítica e questionamento de seu comando no Batalhão... Pô, que raio de Bombeiro é este? ... Quando li apenas a chamada acreditei que o Magno Reis era apenas bombeiro hidráulico... JS
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