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A revolução do Egito começou na Internet...
Até então...
O Egito era uma tranquila comunidade subverniente fomentada pelos interesses dos EUA e Israel que enfiavam dinheiro e armamento como braço armado a botar medo no Irã dos Aitolás, na Síria e no Hezbollah...
Tal o xá Reza Pahlevi no Irã de outrora, o 'dono' do Egito atende pelo nome de Osni Mubarak e igualmente desviava recursos ianques para sua conta pessoal na Suiça - supõe-se que Mubarak tenha 50 bilhões de dólares em dinheiro vivo - e adquiria mansão de prédio inteiro numa esquina de Londres para provável fuga quando esmerdasse a situação...
Com uma legião de egípcios sobrevivendo abaixo da linha da miséria por entre camelos, turistas, pirâmides e tempestades de areia ocorreu o previsível...
Chegou-se ao limite da tolerância...
Wael Ghonim acendeu o estopim...
Wael Ghonim ganhou notoriedade ao mobilizar milhares de pessoas com a criação de uma comunidade no Facebook em homenagem a Khaled Said, um jovem assassinado no ano passado por policiais da cidade de Alexandria após se recusar a dar propina aos agentes...
Ghonim fez ainda um tributo emocionado na Rede as vítimas fatais dos protestos do Cairo, que segundo a ONU e ONGs de defesa dos direitos humanos já teriam chegado a 300 mortos...
Ghonim foi preso durante 12 dias onde permaneceu algemado e vendado...
A revolta para depor Mubarak se multiplicou de forma avalassaladora com mais de 1 milhão de pessoas dispostas a ir a luta e fazer a hora na Praça Tahir...
Mubarak recuou libertando Wael Ghonim temendo que sua prisão o transformasse num símbolo da causa...
Piorou o que já estava péssimo...
Wael Ghonim já havia se tornado inédito herói nacional armado somente com o teclado de seu computador...
No dia em que Wael Ghonim foi libertado, na última segunda feira, 130 mil pessoas entraram em sua página defendendo sua eleição informal como o 'porta voz' do levante...
Enquanto os manifestantes ainda enfrentavam as tropas com pedras no Cairo e os tanques a recuarem, Wael Ghonim discursou na Praça Tahir emocionando a multidão em delírio:
- Este país é nosso país. Todos temos direito a uma voz. Não vamos abandonar nossa reinvindicação que é a saída do regime. Não sou um herói. Heróis são os que foram martirizados.
Wael Ghonim até então jamais falara a não mais do que dez pessoas reunidas em algum aniversário familiar...
A contragosto Wael Ghonim foi colocado no centro da revolta e o destino não lhe permitiu recuar apesar de orador improvisado e necessário olhando tremulo a multidão a sua frente...
A nova era cibernética ampliada transfigurou a lógica do Poder...
Poderosos indevidamente emplumados que duvidarem da força da Internet tomarão um choque de realidade realçado por um assombroso bafo da turba ao serem escorraçados em direção a algum refúgio...
A Internet é o quinto poder imbatível quando ressoa a verdade com fidelidade irretocável e o retumbar correto no eco da indignação coletiva...
Nada mais será como antes...
Nem contamos mais necessariamente com o luxuoso auxílio da ONU ou OEA cooptados sistematicamente por interesses escusos a se chafurdarem no tremedal da permissividade do spirit corpus enlameado...
Só nos basta um mouse, um teclado e a verdade...
Somos capazes de todas revoluções...
Daqui prá frente seremos os senhores de todas as guerras inglórias...
A cada ocasião que o Poder Legislatvo, Executivo ou Judiciário de qualquer sigla, bandeira ou facção se propugnar maquiar crimes contra a dignidade humana haverá pelo menos um novo Wael Ghonim para lhes enfiar o dedo na fuça...
Duvidam?
Melhor não!
Jorge Schweitzer
sábado, 12 de fevereiro de 2011
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Parabéns pelo texto Jorge. Repercuti no meu bloguito. Quero crer que este momento seja um divisor dos tempos. Tomara.
ResponderExcluirMas eu não acredito em nada veiculado sobre essa revolução . Até cavalo verde do Apocalipse teve em vídeo do You tube . A verdade vai aparecer , embora não seja essa.
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