segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Sophia Najjar, de 4 anos, é encontrada morta em SP; pai, Ricardo Krause Esteves Najjar, está preso






Pai é preso suspeito de matar filha de 4 anos achada com saco na cabeça
Ricardo Najjar foi preso temporariamente, diz Secretaria da Segurança de SP.
Pasta informa que polícia encontrou contradições no depoimento; pai nega.


Kleber Tomaz
Do G1 São Paulo



A Polícia Civil de São Paulo prendeu temporariamente, na semana passada, o pai de uma menina de 4 anos, encontrada morta com um saco plástico na cabeça, por suspeita de que ele tenha participação na morte dela. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (7) ao G1 pela assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública (SSP).

De acordo com a pasta, o pai se chama Ricardo Krause Esteves Najjar e foi preso na sexta-feira (4) passada suspeito de matar a filha. Segundo policiais civis ouvidos pela equipe de reportagem, a menina que morreu se chamava Sophia Kissajikian Cancio Najjar.

A menina havia sido encontrada morta na última quarta-feira (2) no apartamento do pai, no Jabaquara, Zona Sul da capital, por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A perícia ainda não divulgou a causa da morte, mas há indícios de que Sophia tenha sido asfixiada.


A equipe de reportagem não conseguiu localizar o suspeito ou seus advogados para comentarem o assunto nesta segunda.
Por meio de nota divulgada à imprensa, a SSP informou que o Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) obteve autorização da Justiça para prender Ricardo após descobrir contradições no depoimento dele.

"[...] foi decretada a prisão temporária, de 30 dias, de Ricardo Krause Esteves Najjar, pai de uma menina de quatro anos de idade, que foi encontrada morta na quarta-feira (2). O pedido foi feito após constatação de contradições no depoimento do acusado em relação ao exame necroscópico", informa trecho do e-mail da secretaria.

Segundo investigadores disseram ao G1, médicos legistas encontraram marcas no corpo da garota compatíveis com possíveis sinais de violência sexual e agressões. Sophia estava com sangramento no nariz. O laudo necroscópico, que irá apontar a provável causa da morte de Sophia, ainda não ficou pronto, no entanto.

A equipe de reportagem também apurou que Ricardo negou, em seu depoimento, ter assassinado Sophia.

"[...] foi decretada a prisão temporária, de 30 dias, de Ricardo Krause Esteves Najjar, pai de uma menina de quatro anos de idade, que foi encontrada morta na quarta-feira (2). O pedido foi feito após constatação de contradições no depoimento do acusado em relação ao exame necroscópico"


trecho da nota da SSP sobre a prisão do pai de Sophia Najjar


Preso no velório


Ricardo foi preso na sexta durante o velório de Sophia no cemitério São Paulo. A família da criança pertence à comunidade armênia.

A prisão foi feita por policiais da 5ª Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente, do DHPP, que investiga o caso. Um boletim de morte suspeita a apurar foi registrado na delegacia.

A polícia apura se alguém matou Sophia. Peritos não teriam encontrado sinais de arrombamento no local. Ricardo teria concordado em ceder amostras de sangue e material genético para eventuais comparações com o que foi encontrado na sua filha.

Outra hipótese é a de que a criança teria colocado o saco plástico na cabeça e se sufocado sozinha. O material foi apreendido para análise. Fotos e vídeos de Sophia também estão com a investigação.

Autônomo, de 23 anos, Ricardo ficava eventualmente com a filha. A guarda da garota era da mãe, uma estudante de direito, da qual ele é separado.

O pai de Sophia morava no apartamento, na Avenida Jabaquara, com a namorada e a irmã dela. Ele, a mãe de Sophia e essas duas mulheres foram ouvidas.


Segundo o registro policial, o pai contou que foi tomar banho e depois encontrou a filha caída no chão, ao lado da cama, com um saco plástico na cabeça. Ele disse ainda que não sabia informar como a menina morreu.
Falou então que chamou a ambulância, mas os médicos não conseguiram reanimar a criança. De acordo com os policiais ouvidos pelo G1, a investigação descobriu que antes de chamar o resgate, Ricardo ligou duas vezes para o seu pai e uma vez para a namorada.

Até a publicação desta reportagem, Ricardo estava detido na carceragem do 77º Distrito Policial (DP), em Santa Cecília, região central da cidade.






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