sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Ricardo Ferreira Gama , funcionário da Unifesp, é morto com 8 tiros dois dias após ser levado por PMs de Santos SP durante discussão




Vídeo mostra imagens de auxiliar de limpeza sendo levado por policiais 

Funcionário da Unifesp teria discutido com policiais em Santos, SP. 

Secretário da Segurança Pública pediu prioridade nas investigações. 


Do G1 Santos 


Um trecho do vídeo com as imagens da apreensão do auxiliar de limpeza da Unifesp de Santos, no litoral de São Paulo, foi divulgado nesta sexta-feira (9) pelos estudantes que gravaram toda a ação da polícia. As imagens mostram Ricardo Ferreira Gama sendo levado, com ferimentos no rosto, por policiais militares no último dia 31. 

Na madrugada do dia seguinte, o auxiliar foi encontrado morto com oito tiros. 

O secretário de Estado da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, determinou prioridade nas investigações do caso. 

O vídeo mostra os policiais militares conversando com um dos estudantes, que pedia que o auxiliar de limpeza, de 30 anos, não fosse levado para a delegacia, pois ele era a vítima da discussão com os policiais. 

Os PMs afirmaram que o estudante poderia se dirigir até o 1º DP para testemunhar a favor de Ricardo, se fosse do interesse dele. 

O vídeo termina com a imagem do auxiliar de limpeza, ferido, dentro do carro da polícia. 

Os estudantes afirmam que há um vídeo completo da confusão, com mais imagens, mas só divulgaram um trecho. 

O Capitão da Polícia Militar Samuel Loureiro falou sobre o vídeo divulgado pelos estudantes. 

"A gente confirma que ele se machucou, que tem sinais no vídeo que ele estava machucado. O detalhe de como ele foi conduzido, a informação dada para onde ele seria conduzido, isso tudo vai ser checado. Até o momento nós estávamos só com as informações dadas pelos policiais militares e as do manifesto dos estudantes", afirma. 

Loureiro explica que as imagens serão usadas na investigação. 

"O vídeo nos trouxe algumas características de como teria sido a abordagem, isso nos traz um novo indício para reabrir as apurações e ver detalhes sobre os procedimentos da abordagem", finaliza. 

Ainda nesta sexta-feira, os estudantes da universidade fizeram um novo protesto no final da tarde por causa da morte do funcionário. 

Os manifestantes saíram da rua Silva Jardim e caminharam até a avenida Conselheiro Nébias. 

Em determinado ponto, os manifestantes sentaram na rua bloqueando a passagem dos veículos. 

A mãe do auxiliar de limpeza também esteve no protesto, e para ela não há dúvidas sobre quem matou o seu filho. 

"É muita coincidência uma coisa acontecer em um dia, e no outro o meu filho ser baleado, ser morto daquele jeito. Ele não tinha inimigos para ser morto daquele jeito. Não tem outra explicação, foi a polícia que matou o meu filho", diz a mãe da vítima Elvira Ferreira da Silva. 

Durante todo o protesto os estudantes perguntavam "Quem matou Ricardo"?, e fizeram diversas críticas à polícia. 

Durante o caminho, uma viatura da Polícia Militar teve que desviar do protesto. 

Os estudantes fecharam a avenida Conselheiro Nébias para chamar atenção sobre o caso, e o pai de Ricardo também participou da manifestação. 

"Ele sempre foi abordado na rua. Onde ele passava sempre vinha uma viatura e parava ele para pedir os documentos. Ele não mexia com nada, ficou dois anos trabalhando honestamente, não sei porque essa perseguição", questiona o pai da vítima José Gama dos Santos. 

Em nota, o secretário de Estado da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, explicou que determinou à Polícia Civil que dê prioridade às investigações do assassinato do funcionário terceirizado da Unifesp, Ricardo Ferreira Gama. 

Ainda de acordo com a nota, as apurações estão sendo conduzidas pelo Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). 

O Comandante Geral da PM, Coronel Benedito Meira, também determinou que a Corregedoria da PM acompanhe e dê todo o apoio às apurações em decorrência da acusação de que teria havido o envolvimento de policiais no crime.



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