terça-feira, 5 de julho de 2016
Pablo do Arrocha e Nietzsche
A internet nos proporciona presenciar verdades absolutas proferidas por anônimos que outrora reservadas apenas a pensadores consagrados...
Sabe aquela sacada tão evidente que todo mundo já pensou mas não conseguiu jamais traduzir em linguagem articulada?
Pois é...
A rede alargou este caminho fechado aos filósofos celebrizados...
O mais bacana é que o imaginário coletivo por vezes depende apenas da reflexão observadora de um único iletrado com suas confusões ortográficas para clarear o óbvio sintático natural...
O que tínhamos mania de adjetivar de ditos populares sem autoria...
Frases simples que todo mundo entende quando o sofrêncio Pablo do Arroxa se esgoela convincente...
Ou Chitãzinho ou Xororó solfejam Evidências...
"Quando eu digo que deixei de te amar
É porque eu te amo
Quando eu digo que não quero mais você
É porque eu te quero
Eu tenho medo de te dar meu coração
E confessar que eu estou em tuas mãos
Mas não posso imaginar
O que vai ser de mim
Se eu te perder um dia..."
Regredi para comparar com frases ditas por Lou Andreas Salomé, a musa paixão platônica de Nietzsche cheia de próclises, ênclises e mesóclises:
"Tu, céu claro sobre mim,
Quero confiar-me a ti
Não permitas que o prazer e a dor daqui
De admirar-te possam-me impedir!
Tu, que sobre tudo te projetas,
Através de espaços e através dos ventos,
Mostra-me aonde vais, pois é minha meta
Reencontrar-te em todos os momentos.
Do prazer não quero ver o fim
Não fugirei do sofrimento que abate,
Espaço e mais espaço é o que quero sobre mim
Para ajoelhar-me sobre o azul e venerar-te."
Putz!
Na verdade...
Paixão é um troço direto que dispensa frases elaboradas...
Complicou linguajar a dona vai procurar outro língua solta mais convincente...
Amor verdadeiro necessita de expressão real com uma braçada de flores, bombons da Kopenhagem, um automóvel zero envolto em laço vermelho e um anel de diamantes...
O resto é história fiada sem fim...
Jorge Schweitzer
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