terça-feira, 18 de junho de 2013

Mateus Mendes da Costa, filho do presidente da ONG Rio de Paz pastor Antonio Carlos Costa, é preso pelo Batalhão de Choque por baderna durante Manifestação na porta da Alerj






ATHOS MOURA , CAIO BARBOSA E DIEGO VALDEVINO 



Rio - Policiais militares do Batalhão de Choque (BPChq) dispersaram os cerca de 200 manifestantes que ainda estavam em frente à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) na noite desta segunda-feira, onde mais de 100 mil pessoas protestaram contra o aumento da tarifa dos ônibus na cidade, percorrendo diversas ruas da cidade. 


De forma truculenta, os policiais reprimiram o grupo minoritário que ainda estava no local. 


Os PMs chegaram atirando bombas de gás e de efeito moral, além de efetuarem disparos de balas de borracha. 


Houve corre-corre e confusão e os manifestantes fugiram por ruas do entorno. 


Na confusão, pelo menos sete pessoas foram atingidas por spray de pimenta, pedradas, balas de borracha e armas de fogo. 


Além de agirem com violência para cima dos manifestantes, o Batalhão de Choque ainda advertiu parte da imprensa, ameaçando incitar cachorros contra repórteres. 


De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, os feridos foram encaminhados para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro. 


Dos dois atingidos por armas de fogo, um foi alvejado na perna e outra pessoa no tórax. 


Ainda de acordo com o órgão, o estado de saúde deles é estável e os feridos estão foram de perigo. 


Cerca de 50 pessoas correram para a estação das Barcas da Praça XV e tentaram pular as catracas, mas foram impedidas por seguranças da concessionária. 


Muitos carros do BPChq percorreram as ruas do Centro.  


Na Alerj, homens e diversas fileiras de carro permaneceram em fila na entrada do prédio. 


Antônio Carlos da Costa, presidente da ONG Rio de Paz, viu o filho, Mateus Mendes da Costa, 20 anos, ser preso pelo Batalhão. 


"Isto não é democracia, não precisamos de quebra-quebra. Não podemos construir com uma mão e quebrar com a outra. Meu filho participou de forma pacífica. Deixamos o Menezes Cortes para acompanhar o desfecho, quando ele foi preso. Ele não depredou nada e 99% dos manifestantes não queriam esse cenário de guerra e de terra arrasada. É uma sacanagem", disse Costa. 


O cenário ao redor se tornou irreconhecível. Muito lixo ficou espalhado pelas ruas, placas quebradas, focos de incêndio, pichações, vidros de estabelecimentos e agências bancárias quebradas, carros depredados ou virados se tornaram parte de uma triste paisagem, tomada de alegria e esperança poucas horas antes. 


A Avenida Rio Branco e a Avenida Presidente Vargas, que ainda estavam parcialmente interditadas, foram liberadas no fim da noite desta segunda-feira.


Pequeno grupo promoveu correria e quebra-quebra 


Mais cedo, policiais militares foram acuados pelo grupo. 


Os PMs chegaram ao local pelas ruas laterais e, rapidamente, os presentes os cercaram e, gritando as palavras "resistir!", obrigou a recuada dos PMs. 


Um coquetel molotov foi arremessado no segundo andar da Assembleia e o incêndio causado foi controlado rapidamente. 


Os manifestantes desistiram de entrar no local, mas pediram que os policiais que estivessem lá dentro saíssem. 


"Sem violência, deixem os policiais saírem em paz", bradaram. 


Bombeiros chegaram aplaudidos pelos presentes, mas não entraram no local porque a segurança das pessoas encurraladas no prédio não era garantida. 


Parte dos manifestantes ficou temerosa com presença de agentes do serviço reservado (P2) no local e, temendo novo tumulto, desistiram de invadir a Casa. 


Entre os feridos, Cléverson Oliveira, 21 anos, foi atingido no braço direito e socorrido por estudantes de medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF) que o levaram para o Hospital Municipal Souza Aguiar, também no Centro, aos gritos de "guerreiro!". 


Ainda não se sabe se o ferimento foi provocado por armas de fogo ou corte. 


Ícaro Oliveira Andrade, 19 anos, foi ferido por uma pedrada na cabeça. 


"Estava em frente a Alerj. Pedimos para pararem, mas uma pessoa de dentro da Alerj arremesou uma pedra que acertou minha cabeça, vinda da janela. Não vou desistir de lutar, vamos continuar com o movimento", afirmou momentos antes da chegada do BPChq.




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