Depois de morto aos 55 anos de idade El Cid foi posicionado sobre seu cavalo para afugentar inimigos com sua figura de aspecto terrível atravessando improváveis virtuais campos, aldeias, fortalezas e castelos...
Até seu cenográfico cadáver amarrado na cela chegar a seu destino final onde foi sepultado após cumprir a missão...
Seus feitos foram mais cantados em versos do que ele tenha sacramentado em vida...
A lembrança do guerreiro El Cid e sua bravura talvez de mentira se tornaram a semente alimentando uma nova história como num rastro sob o sol cego com seu corpo espantalho coberto de suor, pó e ferro...
Engraçado, nenhum de nós tem medo da morte...
Tememos não realizar algo como nossa marca definitiva...
Não queremos ir embora sem ver o final de todas nossas histórias...
Se algo me acontecer, por favor...
Me amarrem espectro num carrinho de super mercado com um fuzil no colo e meu dedo indicador enfaixado por esparadrapo no gatilho e deslizem pela Avenida Antonio Carlos...
Pra lá e pra cá...
Vai ser um tal de sujeito falso andaluz sair borrado pela rua que vou te contar...
Agora, se pingarem duas gotas de álcool no meu ouvido surdo e balançarem o féretro melhor sair de perto...
Hein?!
Jorge Schweitzer
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