Na foto acima João Carlos Guerra, abaixo sua ex-esposa Carla Vanessa Fuziyama
Marcelo Gomes
Desesperado, o pai sequestra a filha no caminho para a escola.
Ele estava há cinco meses sem qualquer contato com a menina, desde que ela se mudou com a mãe para Suzuka, no Japão.
O plano era deixar o país de navio, em direção à Cingapura.
E de lá pegar um avião para o Brasil.
Porém, em questão de horas, o rapto ganha repercussão nacional.
Sem saída, o pai se refugia com a menina no Consulado do Brasil em Nagoya.
E após 12 horas de negociação, as autoridades japonesas concordam em não prender o homem, que retorna ao Brasil — mas sem a filha nos braços.
Pode parecer roteiro de filme.
Mas o protagonista da história é o major do Exército João Carlos Guerra, de 44 anos, que luta há quase seis anos para ter o direito de viver com a filha, Isadora Fuziyama Guerra, hoje com 13 anos.
A cena se passou em dezembro de 2006. Em 17 de julho daquele ano, Carla Vanessa Fuziyama, então mulher de João, viajou para o Japão com Isadora, com 7 anos na época, com o pretexto de visitar o pai e irmãos que moravam naquele país.
Como se tratava de uma viagem de férias — Isadora retornaria às aulas em agosto — João assinou uma autorização para que a menina deixasse o Brasil apenas com a mãe.
A família morava em Paracambi, na Baixada Fluminense.
A viagem, porém, nunca terminou.
— Estávamos casados. É verdade que nossa relação não ia bem, mas eu jamais imaginei que Carla fosse ficar no Japão e me privar de ter contato com a minha filha — desabafou João.
Segundo o militar, Carla, na verdade, iniciou um relacionamento com seu irmão por parte de pai, Carlos José, o Kazé.
Desde então, ela não voltou ao Brasil e impede João de ver e falar com Isadora.
— Isso é incesto! E minha filha está vivendo nesse ambiente. Depois que Carla me contou sobre o caso, caiu a ficha. Antes da viagem, ela ficava horas no telefone e na internet com o irmão. Mas nunca desconfiei de nada. Afinal, eles são irmãos.
O EXTRA entrou em contato com Carla por e-mail, mas ela não retornou. A mulher também não possui advogado nos processos que responde no Brasil.
João luta até hoje para conseguir ficar com a filha. Na esfera cível, o militar se divorciou de Carla e obteve a guarda definitiva de Isadora em primeira instância. Quando foi ao Japão sequestrá-la, o militar tinha apenas a guarda provisória.
— A Defensoria Pública, que representa Carla neste processo, recorreu ao Tribunal de Justiça. O TJ determinou que fosse encaminhada carta rogatória ao Japão, pedindo que ela seja citada para se defender — diz a advogada de João, Fernanda Lins.
Na área criminal, o militar fez uma representação ao Ministério Público, acusando Carla de sequestro. A mulher foi denunciada à Justiça e teve a prisão decretada.
Como Carla está vivendo no Japão, foi emitido sinal de difusão vermelha da Interpol (mandado de prisão internacional) — Organização Internacional de Polícia Criminal, com 190 países membros. Porém, como o país asiático não assinou a Convenção de Haia de 1980, que trata do combate ao sequestro internacional de crianças, ela não pode ser presa pelo crime.
— O Brasil tem que pressionar o Japão — diz João
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