terça-feira, 14 de junho de 2011

Desaparecimento de Patrícia Amieiro completa 3 anos... Amigos e familiares fazem protesto no local onde o carro da engenheira foi encontrado na Barra

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Neste sábado (18), amigos e parentes fazem protesto no Rio.
Patrícia Amieiro desapareceu em 2008 e seu carro foi encontrado em canal.

Carolina Lauriano
Do G1 RJ


Três anos após o sumiço da engenheira Patrícia Amieiro Franco, desaparecida desde 14 de junho de 2008, familiares ainda lutam por justiça e pelo corpo da jovem. O irmão dela, Adryano Amieiro, afirma que até hoje a mãe não conseguiu superar a perda da filha.

“Eu acordo de noite e minha mãe está na sala rezando, é complicado. Não tem um desfecho”, desabafou ele ao G1, nesta terça-feira (14).

Patrícia, na época com 24 anos, foi vista pela última vez quando saía de uma festa no Morro da Urca, na Zona Sul da cidade. No dia seguinte, o carro da engenheira apareceu com marcas de tiros, nas margens do Canal de Marapendi, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, mas sem vestígios do corpo da vítima. A família afirma que Patrícia foi assassinada por policiais.

Dois dos PMs acusados respondem por homicídio doloso qualificado e ocultação de cadáver. Os outros dois respondem apenas pelo segundo crime. Os acusados ficaram presos de junho a setembro de 2009.

Novo protesto

Segundo Adryano, para o caso não cair no esquecimento, amigos, familiares e também outras vítimas de violência no Rio irão fazer um protesto neste sábado (18), às 12h, no mesmo local do suposto acidente, onde foi encontrado o veículo. Eles pedem pelo corpo da jovem e também que os policiais acusados vão a júri popular. Adryano disse ainda que convoca toda a sociedade.

A diferença desse movimento para o do ano passado, segundo ele, é a presença de outras famílias que sofreram algum tipo de violência na cidade e também um grande painel, de cinco metros de altura, feito especialmente para a manifestação. Além da foto da jovem, as frases “Policiais, cadê o corpo da nossa filha?” e ainda “Brasil, socorro! Não aguentamos mais sofrer” estarão estampadas na estrutura que será montada.

“Vamos cobrar do governador, que em reunião prometeu que ia achar o corpo. Meu pai já marcou uma reunião com ele, para cobrar isso a ele”, afirmou o irmão da engenheira, ressaltando que Sérgio Cabral já participou de mais de um encontro com a família e o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, se reuniu uma vez com os pais de Patrícia.

De acordo com Adryano, na última audiência o juiz ouviu mais testemunhas e agora faltariam apenas duas testemunhas de defesa para que seja definido se os PMs vão a júri popular ou não.

Tribunal de Justiça
A última audiência, segundo o Tribunal de Justiça, ocorreu no dia 8 de abril. Participaram os réus e testemunhas de defesa. De acordo com o TJ, as testemunhas exigiram o confronto do exame de DNA constante dos autos com material a ser colhido dos réus. Elas também pediram a realização de novo exame balístico com os peritos que participaram da perícia anterior.

O Ministério Público acatou o primeiro pedido, mas negou a realizar novo exame balístico, alegando que já existem dois exames nos autos. O juiz, agora, aguarda o resultado do confronto de exame de DNA para marcar uma nova audiência.

Em setembro de 2010, os quatro PMS acusados de participar do sumiço da engenheira prestaram depoimento por cerca de duas horas TJ. Eles voltaram a negar envolvimento no caso.

O advogado dos policiais, Luiz Felipe Alves e Silva, disse, na ocasião, que seus clientes estavam fora das ruas e que fazem apenas serviços internos dentro dos batalhões.

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